14 de fevereiro de 2012

O burro, o ladrão e o contribuinte.








O cara vem descendo a rua com olhar focado para o nada, pensamentos nos acontecimentos do Big Brother,  acredita como se acredita na verdade absoluta dos imbecis: Que a violência só existe porque pobre é preguiçoso. "Igual a índio". Não trabalha e não estuda porque não quer. Aí vai roubar.
A cultura da página policial e as quatro operações feitas na máquina de calcular o transformam em um matemático e filósofo. A vida dos outros é muito importante, um assunto fundamental para sua existência. Se tiver baixaria é a sensação do dia, da semana ou do ano.  Os dias amanhecem e esse mesmo dia anoitece e assim a  vida vai passando. O infeliz continua ali, na mesma esquina da rua, com cerveja gelada e se dizendo capaz e inteligente, mas com poucas chanches. Esquece o sacrifício da mãe de cria-lo com amor, carinho e paciência. A insistência dela em leva-lo para o colégio sempre gerava um estresse, porque ele não queria ir. O Pobre Diabo quando ia, ia era gazetar. Ele é mais malandro do que aqueles otários que ficam lendo e estudando. Os Zé Manés que só jogam bola de vez em quando. A praia, os bundões só vão no fim de semana e as vezes nem aparecem. Ficaram estudando. São uns nerds. Um bando de otários. O tempo passou e hoje diz na mesma esquina com a mesma cerveja gelada: "Ô cara tem muita grana". "Ganha fácil". "Ah! Se eu tivesse a chance que ele teve. Eu tava bem!" Os nerds e os otários tiveram chances que ele não teve. Olha só! Que pena. Só resta a esse "Ser" morrer pastando.
Mais ele sabe armar, um desvio de material aqui, outro ali, ele vai reforçando o parco salário que ganha.


O mau caráter do chefe, enxerga a sua chance de arrumar um pato, para segurar a "pemba" que ele vem planejando. Mas faltava o sujeito com disposição para empreender a manobra. O cara tem de ter uma capacidade de entender e pensar limitada. Tem de achar que dinheiro é a coisa mais importante da vida.
Assim o orelhudo abre a conta, recebe a propina passa 80% pro chefe. Pega com chefe o material desviado, entrega para o receptador. Recebe 20% e repassa 80% pro chefe. Monta a ONG, o chefe manobra e ele recebe uma verba para treinar 5 mil trabalhadores. Inventa um monte deles, repete nome e não treina nem 20. Passa 80% da grana que sobrou pro chefe. Os 20% restantes... "É grana alta". Já tá de carrão, casão, cartão de crédito, dinheiro na conta. Muita grana. O Burro tá feliz com o Ladrão no comando.
A polícia chega e a casa caí. É pego no flagrante do desvio. Começa a aparecer as outras peripécias do orelhudo. O chefe, pede para não ligar e não falar que ele vai resolver. Manda o advogado e a conta. Já se foi o carrão, o casão e toda grana. Sobrou a humilhação e a vergonha além de uns dias na cadeia e a foto na página policial da mídia nacional. Ficou famoso.

É bom entender que cadeia na Pátria Amada só para ladrão de galinha. Para chefe e pau mandado de chefe, só um sapeca e um novo cargo com menos exposição. O chefe tira uma licença prêmio e vai para Europa, volta nas eleições. Vai ser empresário, diretor, presidente de alguma coisa, vereador, prefeito, deputado, senador, governador, ministro, embaixador não importa o que o desgraçado vai ser. Ele vai..... fu..... o Brasil e o contribuinte que assiste diariamente esse filme reprisado. Não faz nada. No máximo reclama na mesa do bar. O que é melhor ser? Burro, ladrão ou contribuinte?  Merecemos mais do que essas 3 opções.