30 de novembro de 2008

A Lapa vai brilhar.


Outro dia passando pela Lapa. Olhei aquele viaduto, dos arcos, vi nele um bocado de história. Comentei com um amigo que me acompanhava que ele precisava de uma pintura. Voltei para casa e propus a minha filha a desenvolver um projeto para pintar a porta da Lapa. Ela me apresentou a uma amiga, Paula Mesquita. O projeto cresceu e está tomando forma. A Paula me mandou um recorte do JB, onde dizia que a futura Secretária de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro está trabalhando para pintar o viaduto dos arcos. Na mesma reportagem havia uma matéria onde diz existir um projeto estimado em R$ 1.200.000,00 há mais de um ano e que não conseguiu captar nem um centavo. Faltam patrocinadores. Pois bem, o projeto que estamos a concluir. Prevê a pintura do Viaduto dos Arcos, enquanto ele estará sendo pintado, haverá oficinas de arte para quem quiser participar, uma inserção social sem a discriminação que será só para pessoas carentes. Não engrossaremos o discurso fácil preconceituoso que o social é só para carentes. Este é para carentes e amantes do Rio e das artes. No final da pintura um grande espetáculo. Tocamos o despertador e vamos acordar a Lapa. Lapa é o portal da cultura do Rio de Janeiro, que é a caixa de ressonância da cultura brasileira para o mundo. A arte do Rio passa pela Lapa. O turismo do Rio passa pela Lapa. O Rio passa pela Lapa. A porta de entrada da Lapa é o Viaduto dos Arcos. A porta da nossa casa não vai ficar mal cuidada. Nem que a gente tenha de pegar os pinceis e dar a cada cidadão o direito e o prazer de arrumar a porta da sua casa. Contamos com vocês.

26 de novembro de 2008

Eu o Brasil e minha moto 1

O fim de ano está chegando com ele o verão. Estamos fazendo a revisão de tudo. D a vida, do ano e principalmente da moto. Vamos pegar a estrada. Você está convidado a vir com a gente.

24 de novembro de 2008

A globalização x cultura

Grande debate. Recebi um link de Leonardo Fiorito, um contato do plaxo. Grande dica. Adorei. Concordo com que a TV pode ser inclusiva e educativa. Salve Regina Casé.
o link é http://especiais.fantastico.globo.com/centraldaperiferia/2008/11/23/cultura-digital-em-antares/
Não pude me furtar a um comentário que transcrevo aqui.

Grande Nando. Transforma sua morada Antares, na estrela mais brilhante da constelação que é a periferia. Acredito que terá a força do operário em construção do poema de Vinicius de Morais. Para dizer não no momento que ele tiver que decidir um futuro. Este momento chega a qualquer liderança. O modelo de sociedade que nos foi imposta quando nos nascemos cobra isso. A hora vai chegar e tomara que ele seja forte para dizer não.
O olhar para o lado. Agir corajosamente é assim que a vida se manifesta. Mas uma coisa me deixa apreensivo. O nome da lan. Planet house. Este é o sinal da globalização. Maravilhosa, democrática e que pretende formar do mundo uma só aldeia. A aldeia global. Mas silenciosamente ela vem pasteurizando a cultura de todos os povos. Vem tomando um espaço e a gente vai sendo seduzido pela novidade, pela nova descoberta e devagarzinho deixando cair no esquecimento as nossas raízes. Não podemos condenar aqueles que se encantam. Ela é realmente tudo de bom e as nossas histórias também, Nossas raízes também. A providência não é tomada pelo enfeitiçado e ainda mais da periferia. A providência tem de partir do poder maior. A direção tem de ser dele e usar os Nandos que se espalham pelo Brasil para começar a fazer cultura e deixar de ser uma "curtura probrematica" para os de visão curta e integrar e ser valorizada aos que já existem e aos que estão por vir a existir. Quanto perderemos com a pasteurização que a globalização vem fazendo da cultura popular? Devemos deixar de nos globalizar? Nunca. A globalização é o maior movimento anarquista que o mundo já viveu, mais não podemos esquecer-nos do nosso umbigo.

A cultura está ficando curta

A política cultural caminha para o corporativismo do entretenimento.
A valorização da burocracia para a provação dos projetos está sendo desenhada nos gabinetes. A qualidade da proposta é a terceira ou quarta prioridade.
Ano que vem muda a lei e junto com ela vem mais dificuldade.
O investimento na cultura é insignificante diante de uma sociedade carente. Precisamos de qualidade de idéias. Temos muita produção e pouca eficácia nas propostas. Para combater se cria tramites burocráticos complexos. Como se isto interferisse na boa idéia. Por falar em boa idéia. Outro dia passando por uma região de baixa renda no subúrbio do Rio de Janeiro, parei para reparar e conversar com o dono da pastelaria. Perguntei onde tinha um cinema. O moço respondeu: Tem não senhor. Perguntei onde tinha um teatro ou um lugar onde a juventude e as crianças dali pudessem aprender um pouco de arte. A resposta veio com um leve cinismo: Por aqui a gente usa isso não. Pensei cá comigo. Só resta a essa gente extravasar a energia interior. Nas igrejas evangélicas e nos bares.
Dei-me conta que a cultura do povo é o bar. Ali eles mostram sua arte. E a garotada vem se embriagando desde cedo. O futuro é a pinga. Salve a pinga! A tristeza é constatar que por muito tempo continuaremos fazendo “curtura”. A nossa “curtura” é igual à visão de quem decide. Curta. Assim é o olhar público diante das manifestações e necessidades dos que fazem existir a cultura brasileira.
Com um pouquinho de dinheiro teríamos um centro de artes envolvendo teatro, cinema, dança e artes plásticas. Para cada 100 mil habitantes. Promovendo espetáculos produzidos por esta gente carente de grana e rica de energia e necessidade de se expressar e crescer. Mas não dá dinheiro. Dá histórias para o corporativismo artístico fazer um samba, um livro, um filme ou uma exposição criticando esta situação. E assim a fila vai andando.

22 de novembro de 2008

Sertão Carioca1



A beleza da renda esta na perfeição dos pontos. Na capacidade de unir as linhas com gentileza, com arte e aparência leve. Quando pronto, a harmonia daquela confusão de linhas se fecham numa só peça. Uma maravilha. De ver. Tocar. O genial é simples, mais muito trabalhoso de se fazer. Feito a seis mãos e três corações o projeto do filme SERtão CARIOCA está tomando forma. Emocionando aos que se interam da idéia. Que é simples. Nada mais é que o relato do cotidiano de uma região que vive uma gente cabocla e está ao lado de uma das maiores cidades do mundo e para todo carioca a mais bela. Terra longe de gente esquecida e com valores rurais, histórias rurais e ao mesmo tempo tão urbanas nos seus problemas cotidianos. A cidade avança, massacrando, transformando e mudando a paisagem e a vida desta gente, carioca da gema. Sertaneja da vida. Do sudeste. Do Sertão Carioca. Um filme de Rosa Bernardes e que eu orgulhosamente participo do projeto.

21 de novembro de 2008

O Analfabeto político.




Bem, este desenho animado tem como proposta mexer com o interior das pessoas para escolherem seus candidatos e antes de se elegerem e meditar sobre a importância do voto. Voltado principalmente para os jovens, foi parte integrante do projeto Cidadão do Futuro da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A animação é de Cesar Coelho e Aida Queiros. A direção é minha e a edição também. O lay out dos personagens, alguns são meus, outros do Cesar. A dublagem foi minha e da minha filha Patricia. O texto teve uma pequena modificação do original de Brecht,( e pensar que foi escrito na idade média e o danado continua atual é vergonhoso. Não o texto. O fato de ainda sermos analfabetos) por imposição do então deputado distrital Luis Estevão, que mais tarde veio a ser cassado no Senado. O primeiro senador cassado no Brasil. Assim ele fez a sua história política. Ele será sempre lembrado nas aulas de história da democracia brasileira. A "fessora" pergunta: Quem foi o primeiro Senador da República cassado? E a aula continua. Voltando ao que interessa. Em Brasília o filme foi assistido por milhares de estudantes nas dependências da Câmara. O resultado me parece duvidoso. Os bandidos continuam vencendo. As moscas da vez são insistentes. Por exemplo: No Rio de Janeiro, uma canditada acusada de ser participante de milicias e se encontrava presa foi eleita. Com folga. Os outros acusados de assasinatos e das mais variadas falcatruas , também foram eleitos. Pois é... é... só o que resta a falar. Porque não tenho o que dizer. Só pensar...pensar... e não entender. Mas não tem importância. Continuarei a mostrar este filme a todos. Crianças, jovens, meia idade, velhos, velhinhos, gagas e a todos que cruzarem o meu caminho. Um dia. Aprenderemos a votar. Se não aprender. Não tem importância. A gente mostra o filme de novo. Mais uma vez. Prá não esquecer.

19 de novembro de 2008

Eu o Brasil e a minha moto

Está nascendo o projeto que vai rodar o país. Vai mostrar sua gente. Vai filmar, fotografar, entrevistar e reunir os amantes do Brasil e da motocicleta. Êta! Brasilzão. Vai ficar bonito na foto. A galera!!!!! Viiiiiiixi.... Num te conto!!!! Vai ficar tão bonita que vai dar pra sentir o cheiro. Bem, como o projeto está nascendo. Tá só chorando. Não tem patrocínio. Mas terá. O título pode mudar. De acordo com o patrocinador. A minha moto vira o nome da moto do patrocinador. O celular que vai acompanhar tem que ter um 3G pra atualziar o blog e dar o upload dos filmes, fotos e as histórias que serão postadas. A gasolina que consumir vai ter marca definida. E os lugares. Vocês não acreditam. São maravilhosos. A gente que mora neles! Nem te falo, prá não pensar que é fofoca. Tem muita história.

Vem nessa viagem vai ser ótima. Enquanto não tem patrocinio a gente vai viajando por aqui e mais devagar, mais não pára. Bota a moto na estrada, as câmeras na mão e vamos contando histórias.

No dia da primeira viagem eu aviso. Vai ser perto mais vai ser bonita.

Antes de sair eu conto o que vou levar, como vou levar e pra onde estarei indo.

18 de novembro de 2008

A mosca da vez

Dilma Roussef
Recebi um e-mail de um amigo, me fornecendo o que ele chamou de "curriculo vitae" da futura candidata a presidência do Brasil. Eis minha resposta.

Zé,
Pelo menos a moça teve coragem de defender seus ideais. A coitadinha, na época, acreditava que uma revolução resolveria os problemas do país.
Como as revoluções nunca resolveram nada. Mudaram apenas as moscas. Ela agora é a mosca da vez. Porque a "coisa" continua a mesma, com as mesmas práticas escrotas, com a mesma sede de poder para se dar bem, com o mesmo intuito de enganar a massa de insignificantes que forma a sociedade brasileira. Quando não é analfabeta da escrita, é analfabeta política (Brecht falou isso na idade média). Quem nasce e vive num país que tem tudo e pode tudo e permite que as moscas da vez destinem o seu cotidiano em beneficio apenas dos interesses pessoais delas. É pobre, é.... Não sei como adjetivar essa gente (me incluo). Elas insistem em manter um modelo econômico neoliberal que vem provando ser ineficaz para todas as classes sociais. Isto no mundo inteiro. Os pobres ficam mais pobres e os ricos mais ricos. Aí o pobre quebra, porque os ricos lhe tomaram tudo, começou nos USA, quando por força da ganância, os pobres não conseguiram pagar suas casas. Devolveram todas. Continuou pelo resto do mundo quando os pobres não tinham mais dinheiro para consumir o que os ricos produziam. Na maioria das vezes coisas inúteis que se apresentam saborosamente embaladas e vendendo uma necessidade fundamental para sobrevivência. É verdade. Apenas as necessidades fundamentais para sobrevivência das moscas da vez. Sim porque as moscas estão aqui e do lado de lá também. O modelo dos ricos ficarem mais ricos faliu. Os bancos do mundo inteiro estão cheio de dinheiro das moscas da vez, a sábia vida mostrou a elas que a banda toca diferente e que os valores econômicos atuais estão fora do tom. Temos que achar o nosso caminho e este será o caminho do mundo. Precisamos rever nossos conceitos e valores humanos. Às vezes me pergunto. Uma sociedade primitiva, os índios no interior da Amazônia, tem uma relação humana muito mais evoluída do que a nossa que está a milhares de anos à frente no quesito tecnologia. Onde e quando foi que nos perdemos? Os índios quando se aproximam da sociedade urbana, absorvem só o que ela tem de pior. Levam para aldeia e acabam se dizimando. Um suicídio social coletivo. Os que conseguem perceber lutam contra. Nós os “desenvolvidos” não buscamos o entendimento desta sabedoria. Não há esforço nenhum para aprender com quem não leu a bíblia. O que elas querem é mais um elemento de consumo. Sim, no modelo das moscas, seres humanos são elementos de consumo. A mentalidade social corporativa trabalha para o final dos modelos sociais em grupo. Uma pessoa, um individuo, dá mais lucro do que 4 pessoas ou uma família. Gasta mais no todo. Esta é a matemática, quando multiplicada por bilhões de habitantes, aquele dólar é muito significativo e estamos caindo na armadilha sem perceber.
Quando se trata de ganhar um dinheirinho a gente se pega quebrando os princípios da nossa retórica e justificando a necessidade de garantir o futuro. Garantir o futuro de quem? O seu? Que provavelmente passou da metade da vida. De seus filhos o que mais precisam é entender esta nefasta lógica para ter força e conhecimento para combatê-la. Quando a gente acata a ela, matamos o futuro. Sim o futuro. O futuro dos bisnetos dos nossos bisnetos. E por quê? Será por egoísmo? Ignorância? Fraqueza? É um pouco de tudo isso. Mas no fundo é por cultura. Esta cultura que a mosca da vez vem impondo a milhares de anos e quando nascemos ela estava pronta e a gente nem se preocupa com ela. Mas o mundo quebrou. Os ricos precisam ficar mais ricos, mas sem os pobres ficarem tão pobres para poder pagar suas casas e comprarem toda aquela necessidade fundamental para sobrevivência. O andar da carruagem nos leva para coisa alguma e em direção a lugar nenhum. Será este o futuro dos bisnetos dos nossos bisnetos?
Resta lutar pelos nossos ideais. Mesmo fraquejando de vez enquanto e virando a mosca da vez. Carrego comigo o grito: Consciência as moscas!!!!!!

O Sertão Carioca

Quem diria que no Rio de Janeiro o sertão é tão vivo e presente como nos outros desertões dos nossos "Brasis". Uma bela proposta para um curioso filme.

Desconstruir

Quando pensamos em mudar qualquer coisa pensamos em um giro de cento e oitenta graus. Na maioria das vezes giramos trezentos e sessenta graus. Retomamos ao mesmo lugar e pouca coisa muda. Não precisamos de revoluções. Elas são caóticas e acabam sempre mudando o jeito e as coisas continuam como antes. Não precisamos de guerras ou confrontos. Só carregam dor, humilhação e vergonha. Precisamos usar a nossa mais poderosa arma. A inteligência. Precisamos desconstruir. Pense em desconstruir a sua vida e ela lentamente irá se transformar no que você sempre quis dela. Estamos começando a entender que estamos sujeito a extinção. Antes que os nossos venham ser as vítimas dos atos dos impensados. Vamos começar a DESCONSTRUIR o mundo a nossa volta. Seus netos poderão ter os deles e entender o quanto é bom ser filho, pai e avô.