2 de janeiro de 2013

Os produtores sobreviverão ao "Feudo Cultural"?

Em 2013 eu vou mudar. Primeiro escrever e publicar mais. As outras promessas serão cumpridas de acordo com as possibilidades.


Passeando por blogs, noticias e outros informativos me deparei com uma situação que me deixou tenso. Somente 20% dos projetos aprovados pelas leis de incentivo recebem verbas de patrocínios e quase todos são para Globo. Nada contra, os filmes são ótimos e as outras propostas também seguem a mesma conduta profissional. Mas tem alguma coisa errada. Nós temos milhares de empresas e pouco mais de uma mísera centena são as que investem em projetos culturais. Não entendi onde está o gargalo. Tempos atrás tinhamos os mamíferos da "Boca Grande" aquele que quando voce propunha o projeto, ele queria apenas o recibo para abater o imposto, mas não queria financiar, aliás não queria nem o projeto, só o recibo. Nos tempos de hoje não cabe mais financiador que quer  um recibo de X  mas só paga 50% e os outros 50% ele embolsa. Ainda existe, é bem verdade,  mas é um mamífero em extinção.

Creio que falte cultura de investimento. Falta o empresariado enxergar o benefício do retorno. O empresário precisa do retorno e esse tem de ser direto nas vendas, é a primeira prioridade, depois a imagem. Se o projeto for bem montado, executado com profissionalismo isso é uma consequência natural. Acontece. O retorno e o fortalecimento da imagem.

Comecei a me aprofundar mais no tema, porque tenho o projeto de um filme sobre o Funk. A música maldita das favelas que tomou o mundo. Um documentário que conta a história do Funk através da história de um DJ que participou de todo processo. DJ Alex.
Pensando não apenas no meu projeto, fiquei com um pergunta no ar: Os Produtores Sobreviverão ao "Feudo Cultural"? que eu não acredito que tenha sido implementado pela Globo, mas é ela a grande beneficiária, inclusive pela própria estrutura que tem. O que fazer para driblar essa barreira?
Como sensibilizar o empresário que tem uma carga tributária menor a investir na Cultura?
Já conversei com um que me disse: A verba é tão pouca e o trabalho é tão grande para se obter a isenção que acaba sendo melhor pagar. Quase morri quando ouvi isso. Qualquer verba é bem vinda! E muito bem vinda!  Para realizar o meu filme vou recorrer a todos que tem algum imposto para pagar e tentar convencer a participar, a verdade que o trabalho é mais dito do que trabalhado. O processo é simples, mas por hábito é mais fácil dizer que dá trabalho.

Precisamos pensar em uma saída honrosa para também não ficar com inveja maldosa daqueles que tem uma competência maior do que a nossa. Um movimento envolvendo os contadores para que eles argumentem com seus clientes que vale a pena investir em cultura. Se paga o mesmo imposto, só que parte vai para o benefício da sua cidade, entidade entre outras. Por ai vai....
Acredito que os Produtores sobreviverão!!!!!