18 de outubro de 2009

A violência e a vontade política


As últimas noticias veiculadas na imprensa sobre a guerra urbana entre bandidos, com a interferência da policia carioca, deixaram o mundo apreensivo quanto a segurança do país para os eventos internacionais programados para 2014 e 2016 e a mim indignado.

A violência é inerente ao ser humano, isto quer dizer: Você não acaba com ela. É possível deixar este câncer social em um nível baixo, muito baixo.

A questão não passa apenas pela capacidade de se ter um aparato policial treinado, bem armado, capaz ou tecnologicamente de ponta com softwares e hardwares de última geração.

Antes de tudo isso é necessário fazer o mais simples, aliás o simples é genial, CUMPRIR A LEI. As leis brasileiras são eficientes e fazem bem o seu papel, quando aplicadas.

O circulo vicioso em que a criminalidade se sustenta em função do poder público não estar fazendo a sua parte vem tornando o “Paraíso Brasil” num “ inferno invivível”. Não só o Rio de Janeiro, mas todo país.

Algumas considerações são necessárias para que se entenda que ao CUMPRIR A LEI se consegue diminuir a violência a um nível digno do “Paraíso Brasil”.

1. Faltam presídios para acomodar os criminosos que estão condenados.

2. Mais de 80% dos crimes cometidos são praticados por criminosos reincidentes que deveriam estar presos.

3. Existem mais de 500 mil mandatos de prisão a serem cumpridos.

4. A violência é um mercado que gera mais de 20 bilhões por ano.

5. A corrupção e a impunidade que ainda são significativas no Brasil deixam no ar a idéia que tudo acabará em pizzas.

Estes 5 pontos são uma rápida radiografia do quadro da violência no Brasil.

O não CUMPRIR A LEI fez dos presididos depósitos humanos e não o que a lei determina que sejam.
O não CUMPRIR A LEI criou um círculo vicioso onde o criminoso é preso, condenado e solto por falta de espaço nas penitenciárias. Vai para rua e volta a cometer crimes, por índole, por falta de colocação no mercado, por falta de preparo profissional e outras tantas razões, mas volta a ser criminoso. No presídio, para sobreviver, se une a grupos criminosos, quando sai passa ser o elo entre a facção criminosa do presídio e seus pares na rua.

O não CUMPRIR A LEI impede que a policia e a justiça consigam manter presos 500 mil marginais que continuam a cometer crimes e se sintam impunes.

O não CUMPRIR A LEI alimenta o mercado do crime organizado e outro gerenciado por um pequeno grupo empresas que enriquessem vendendo armas, segurança, eletrônicos, sistemas entre outros aparatos e o pior com força política para dificultar as ações daqueles tentam reverter esta realidade.

O não CUMPRIR A LEI pela elite política, judiciária e empresarial do Brasil reforça a falsa idéia de que o crime compensa.

A conclusão que se chega que para se CUMPRIR A LEI é preciso ter VONTADE POLITICA.

O momento é este para se exigir de quem tem o poder fazer CUMPRIR A LEI. As eleições estão próximas, o mundo cobra uma ação real e eficiente.

A plataforma política de qualquer candidato que falar em segurança, tem de passar por estes 5 pontos nervosos da sociedade brasileira. Ela está cansada de assistir a inoperância política diante de uma questão que tem solução. De sentir medo de sair de casa para trabalhar e ficar sem saber se volta porque não se CUMPRE A LEI.

16 de junho de 2009

Palavra de Macho


Este texto foi extraído de uma matéria que escrevi a quase seis anos atrás. Continuo aprendendo e me surpreendendo.

*
*
Na época da minha adolescência, a cultura era: você tem de ser
bom de porrada e de mulher. Quanto mais namoradas você
tivesse, mais respeitado você seria. Eu namorei várias meninas
para ganhar apostas que fazíamos na turma ou simplesmente
para dizer: “ganhei a mina, bota na lista”. Cheguei a ter algumas namoradas ao mesmo tempo, relacionamentos que não duravam.
Tínhamos um grupo muito unido. Eu, meus irmãos e mais uns sete amigos que sempre estávamos juntos em festas, em viagens, no colégio.
Tínhamos um pacto entre nós, um segredo que a gente sempre praticava:
nenhum de nós poderia passar mais de três meses com uma namorada,
a ordem era rotatividade. O machismo era inatingível naquela época.
A geração pós-Woodstock começava, timidamente, a mudar os conceitos
do mundo. O lema “paz e amor” tomava corações e mentes da juventude
burguesa brasileira, na qual eu vivia. Apesar da época, não nos tornamos
mais ou menos machistas. Os discursos não eram transformados em
atitudes. O machismo estava entranhado nas almas. O “Amor Livre”,
primeira manifestação feminista que o mundo conheceu, facilitou
muito a minha vida de conquistador. Muitas meninas me amaram
por eu fazer esse discurso e eu apenas fazia sexo com elas...
Aos 19 anos, tive meu primeiro bebê, uma menina linda, a mãe
tinha 15 anos. Descuido de juventude mal informada. A nossa
relação juvenil não durou muito, mas comecei uma mudança
interior. Comecei a questionar a minha conduta. Dentro de mim
timidamente uma preocupação se formava. Um movimento
interior, que mais tarde se firmou e mudou toda a minha vida.
Afinal eu tive uma filha, que seria uma menina, depois uma
mulher e que certamente seria iludida, enganada e usada por
um filho-da-puta parecido comigo. Sabia que não poderia
evitar a tragédia, mas talvez preparar meu bebê para conviver
com essa realidade da qual eu era um protagonista.
Um machista querendo ensinar a uma mulher a se defender
dos machistas. Que piada! Mas a separação e a distância
dificultaram a convivência e minha angústia aumentava
à medida que a menina ia fazendo aniversário.
Sem resolver meu conflito interior, tive outra filha. Numa
relação que eu tentei fazer durar muito, coitada da mãe dela...
fiz tudo que não se podia fazer... traí, menti, manipulei, usei,
enfim fiz tudo que um machista faz sem culpa e arrependimento.
Mas veio outro bebê, outra filha. E a angústia interior só aumentava.
Quando as duas filhas vieram morar comigo, porque a mãe teve
uns problemas e as meninas precisavam de mim, me descobri um
machista, mas não um canalha. A experiência de ser pai e mãe foi dura
e maravilhosa. Talvez o melhor e maior aprendizado que tive. Fazia café
da manhã, almoço e jantar. Passava a roupa das meninas irem ao colégio.
Elas decidiram que não teríamos mais empregada. Quase enlouqueci, mas
acatei a decisão e fui para o sacrifício. Feliz, cresci, aprendi e vi o quanto fui injusto
e covarde com as mulheres. Meus questionamentos ficaram mais contundentes,
límpidos e transparentes. Foi só começar a mudar... o processo dura até hoje.
Olhava minhas filhas e pensava como protegê-las dos machistas, como protegê-las dos homens.
Pensava na lei natural: mulheres se relacionam com homens e homem é machista. Não obtive respostas.
Outros relacionamentos surgiram, outros filhos vieram. Ao todo seis: cinco mulheres e um homem. Um felizardo educado
para respeitar as irmãs, as amigas, as mulheres. Ensinado a dar o espaço que elas precisam e merecem para continuarem
a fazer a humanidade a crescer. Na seqüência, duas novas mulheres vieram completar a minha vida, duas netas.
Diante do quadro feminino que a minha vida se transformou, me manter machista tornou-se insustentável.
Muitas respostas sobre o machismo não chegaram, mas percebi que ele desrespeita a condição humana.
A pressão feminina me rodeia e me lembra, sutil e diariamente da necessidade de mudar. Vejo que minhas
relações, todas, foram sustentadas por conceitos e atitudes machistas. E admito que não mudei completamente.
Hoje, aos 50 anos, iniciei um relacionamento totalmente diferente dos que tive antes. A verdade é a
base. O silêncio, a arma mais cruel do machismo, foi abolido por consenso e a relação vai bem.
Descobri que a alma feminina é pura, verdadeira e linda. Apaixonar-me de verdade por ela,
sem as amarras canalhas no machismo, foi a melhor coisa que já me aconteceu.


26 de maio de 2009

Um Brasil que o brasileiro não sabe que existe, mas ouviu falar dele.

*
Eu ouvi falar que existem 5 "Brasis". Eu conheço uns 10 diferentes um do outro, a única coisa em comum é a língua. Pode dividi-los por sotaque. Por expressões regionais. Arrume seu jeito de dividir mais fique certo que são todos um Brasil apenas. Todos os "Brasis" que conheço são lindos, apaixonantes, vibrantes, pacíficos e injustiçados. Diria o mais cético: "mas o mundo também é lindo". O mundo não tem a gente que tem aqui. Não tem diversidade cultural, natural e humana que tem aqui. Mas tem a injustiça que mora aqui. Não transborda sorrisos e alegria. Isso não. Quando trabalhei na aviação me lembro da frase tantas vezes repetida por brasileiros que chegavam de uma temporada no exterior. "Como é bom ser recebido por um brasileiro" ou ainda "Estava com uma saudade deste sorriso" Cada manifestação um sotaque diferente e só um entendimento. Brasileiro é "SALVE SIMPATIA". Só os mal amados, tem brasileiro também, que tem uma dificuldadezinha maior de ser receptivo, mesmo assim são e os fazem com prazer. Unidos por sei lá o que, o país é esta "coisa de loco". A violência tira um pouco do brilho, a magia brasileira coloca, saindo pelo ladrão, o esplendor. Difícil de entender tanta beleza. É tão lindo que dói. Outro dia falei isso para uma moça ela se ofendeu. Que pena. No embalo de Villa-Lobos vamos conhecer ou mesmo recordar a nossa terra. Nas imagens de Sérgio Bernardes temos um país 100% GENTE e como diz o poeta: "bonito por natureza". Que beleza! Que beleza!
Para ver mais acesse o site http://www.sergiobernardes.com.br/


16 de maio de 2009

Cuidar do jardim

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Buscamos respostas as nossas angústias a todo o momento. Queremos mudanças a cada instante. Resistimos a elas e mais ainda em aceita-la quando aparecem. Estamos sempre querendo saber o que e o porquê daquilo que não conseguimos entender ou responder. As crenças religiosas aliviam esta angústia interior humana. Mesmos com as respostas espirituais e com a transferência de tudo aquilo que não conseguimos entender para Deus. Continuamos angustiados. A morte nos assusta. A solidão nos apavora. O envelhecimento nos faz tremer com a possibilidade de nos tornar dependente e imprestável para vida. Olha, que quanto mais velho ficamos melhor estamos. O que fazer com este vulcão em constante erupção? Que pena, não tenho a resposta. Aprendi apenas que buscar o que não conhecemos ou entendemos nos torna mais angustiados e o nos que resta é continuar respirando e vivendo a vida, que é boa, quando vivida. Como dizia Mario Quintana: “Não precisamos caçar as borboletas e sim cuidar dos jardins, que elas aparecem”.

10 de abril de 2009

BATIDÃO - Marginal e excluído. A cara do povo.

Acredita-se que foi do imaginário que se deu início a formação da sociedade humana. Partindo dele surgiram as crenças que justificaram a existência, o certo e o errado, o pode e não pode e outros parâmetros que nortearam o comportamento humano diante de seus semelhantes e de sua própria vida.
Nele não existe nada que seja impossível, é neste universo letárgico e demente que foi criado um período onde as culturas, educações, hábitos, moral, caráter, riquezas, pobrezas e todos os valores e condições humanas estão unidos num só. Uma coisa. Uma coisa única. Não existem diferenças é tudo igual. Colocado no mesmo plano. O que não é igual é ignorado. Com mais ou menos luxo, produzido por quem tem menos ou mais posses, não importa. Os desejos, frustrações, carências, abundâncias, angústias, atitudes, sentimentos, segredos vêm a tona, mostram-se para quem quiser ver e sentir a verdade, da mais profunda intimidade de cada um dos personagens que ali estão se representando.
Na época que príncipes, duques, reis e rainhas, mascarados, misturavam-se aos plebeus vestidos de nobres e estes vestidos de plebeus. A imaginação dava o ritmo da festa. Hoje, menos preocupados com o anonimato o povo continua na mesma viagem pelo imaginário e se encontram expondo sua identidade interior. Os excluídos e marginalizados, os mais abastados ou menos, todos se entregam ao encantamento criado por este sonho transformador, que não tem proibido ou permitido. É o Carnaval.
O Batidão é a manifestação do Carnaval do deserto ou desertão, que eram locais que os portugueses colonizadores classificavam onde eles não viviam e que o povo sintetizou em Sertão. É nele onde o Carnaval vive a plenos pulmões no interior da megalópole, Rio de Janeiro, no Sertão Carioca. Um Carnaval diferente, feito por gente diferente, marginal, excluída e ignorada que está em busca de alegria e diversão. Uma festa onde sobra descontração, criatividade e originalidade em cada fantasia vestida ou imaginada. A vida excluída e marginal retorna na quarta-feira de cinzas e com uma tremenda ressaca.


Este link é um demo do curta que acaba de sair do forno.

29 de março de 2009

Salve Março. Inté Abril com boas noticias.

Quando o ano de 2009 começou, na segunda-feira posterior a quarta-feira de cinzas pouco se tinha adiantado dos afazeres. Março chegou ao final e com ele um monte de noticias boas. Todos os projetos enviados ao Minc estão em fase final de publicação. O livro SerTÃo Carioca, o filme curta metragem com o mesmo nome que fazem parte de um projeto maior e o restauro de parte da obra de Sérgio Bernardes, especificamente o acervo de imagens onde o Brasil é mostrado na sua beleza geográfica, cultural e natural. Todos os Pronac ficarão prontos para a gente começar a trabalhar na mais dura etapa que começa a despontar ali na frente. A captação dos recursos. O projeto a “A Lapa Vai Brilhar” entra nesta fase de aprovação pelo Minc assim que se resolver a burocracia do Iphan. Faz parte do caminho a ser percorrido. Continuaremos a trabalhar. O sitio do banco de imagens do acervo de Sérgio Bernardes está no ar. Escolha suas imagens e valorize o seu trabalho áudio visual. Seja CD, DVD, filme, documentário, institucional, comercial. Não importa tem sempre uma novidade para você com imagens inédita e espetaculares com tomadas aéreas do Brasil, folclore, fábricas e atividades comerciais. O endereço é : http://www.sergiobernardes.com.br/ , visite e deslumbre-se.

17 de março de 2009

Quando a viúva nos envergonha

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Esta matéria me chocou. Eu cidadão do mundo, acostumado com as andanças pela vida, convivo com a injustiça desde quando me entendo por gente. A frase é antiga, ouvi de minha avó. Como esta excomungada continua no meu cotidiano, eu continuo tendo uma convivência nada pacífica com ela. Reclamo muito, Reclamo mais ainda da minha impotência diante da poderosa, que assim como os modelos econômicos, sociais e demais elementos que compõe o mundo e a vida. Convivo também, com outro instrumento covarde de manipulação para manutenção do poder pelos que se propõem a qualquer preço, continuar ditando modelos que devemos viver. A escravidão. A nova versão de escravidão. Virou, mexeu, balançou, mudou e os 360 graus, fizeram a incrível façanha de retornar aos moldes de milhares de anos atrás e de cara nova. Os escravos atuais estão mais bem vestidos e também mais burros depois da TV. A notícia é do New York Times. Os números são impressionantes. A conseqüência é vergonhosa e o pior, nós não fazemos nada ou quase nada. Assistimos e choramos.
Trailers de Al Waffa, o Parque dos Agradecidos, um dos poucos programas de ajuda disponíveis para as cerca de 740 mil viúvas iraquianas (Foto: Johan Spanner/The New York Times) Foto: Johan Spanner/The New York Times

Suas irmãs gêmeas foram mortas tentando fugir de Fallujah em 2004. Depois, seu marido foi morto por um carro-bomba em Bagdá logo depois de ela saber de sua gravidez. Quando suas próprias filhas gêmeas tinham cinco meses de idade, uma delas foi morta por um explosivo colocado num mercado em Bagdá. Agora, Nacham Jaleel Kadim, 23 anos, mora com sua filha que restou num espaço para trailers dedicado a viúvas da guerra e suas famílias, numas das partes mais pobres da capital do Iraque. Isso faz dela uma pessoa de sorte. O local, chamado de Al Waffa, ou "Parque dos Agradecidos", está entre os poucos programas de ajuda disponíveis para as cerca de 740 mil viúvas iraquianas. Ele abriga 750 pessoas.

7 de março de 2009

O tempo corre e a gente vai na frente. Correndo.

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Março está avançando a dias largos. A crise norteia novas alternativas. O sol, indiferente a todos os acontecimentos teima em nascer. Fazendo o tempo passar vagarosamente, mas todo dia.
O projeto “A LAPA VAI BRILHAR” está nas mãos do Iphan. Apesar da boa vontade e do interesse do órgão e de seus personagens que fazem a máquina andar, a burocracia sempre vence para o desespero humano. Sim porque, ela existe aqui e também a cima da linha do equador. No link www.plcom.com.br/lapa.swf ou www.consultance.com.br se pode relembrar a idéia simples e necessária para melhorar os nossos dias.
O filme “SERtão CARIOCA”, uma proposta de Rosa Bernardes onde estamos juntos, acabou evoluindo para num projeto maior. Tem a proposta de um livro, que assim como o filme aguarda a publicação do Pronac.
O projeto inclui o filme, o livro, exposição, oficinas e reedita a cultura local, esquecida com a invasão urbana e a pasteurização cultural imposta pela globalização. Um filme curta metragem sobre o carnaval da região começou a ser rodado. Com imagens gravadas do carnaval de Ilha de Guaratiba e Vargem Grande entra na fase de edição. Um demo pode ser assistido no youtube no link http://www.youtube.com/watch?v=FSsZ1yvx2VY.
Março avança, a crise norteia e a gente trabalha. Feliz e animado fazendo o tempo passar tão rápido que nem se percebe que o dia envelhece a cada por do sol.

1 de março de 2009

O último verdadeiro domingo de CARNAVAL

Praia da Macumba

Hoje é o verdadeiro e real último domingo de Carnaval. Aquele que vem depois da quarta-feira de cinzas. É dia de praia.
Para amador.
Profissional vai de segunda a sexta.
Mesmo assim eu fui.
O sol e o mar convidavam. Tinha tudo, surf, body board, frescobol, criança, mãe, rebolados sarados, outros rebolados nem tanto, mais felizes, alegres, cerveja, água e refri geladíssimo, no ponto de doer o dente. Além de calor, águas calmas, transparente e na temperatura ideal.
O clima é de amor adolescente.
Jurado que será para toda vida, que não quer dizer necessariamente que será para vida toda.
O prazer de estar no sol, banhado pelo mar me fez desejar a eternidade daqueles momentos que imaginava ser único. Uma paixão insuperável.
Quando a fome chegou, lamentei o vicio maldito. Sai da minha Passárgada e almocei, para em seguida entrar numa interminável lombra, quase a morte.
Assim foi-se o dia.
A sabedoria do poeta entendeu o meu domingo "foi infinito enquanto durou".
Outros eternos infinitos virão.
Estarei lá para amar como os adolescentes.

23 de fevereiro de 2009

A sobrevivência é fundamental, mais não é tudo.

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Num dia qualquer muito antes de Sócrates, um homem dava o tom do que seria o meu, o seu e o nosso mundo nos tempos atuais. “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Heráclito disse isso sem imaginar as transformações que seriam vividas com o passar dos tempos.
As harmônicas convivências tribais deram lugar à gananciosa disputa de poder entre as tribos que evoluíram para conquistas territoriais, escravizações, dominações, extermínios, inclusive culturais, sociais, inquisição, guerras seculares entre outras tragédias e por trás de todas, o desejo do poder ou o amor a uma mulher, mas sempre em nome da sobrevivência. Regada a sangue e excesso de testosterona o mundo virou o que virou e nós fomos juntos. Reinados, impérios, repúblicas, modelos econômicos, modelos sociais, civilizações viram-se globalizadas num catastrófico modelo que desabou e levou com ele o mundo e nós. As mudanças propostas caminham para que tudo permaneça como está.
A democratização do capital, a repartição do poder e a socialização das nações com respeito as suas individualidades não serão tocadas. Não haverá mudanças práticas, apenas retóricas. Eu quero assumir a responsabilidade de lutar por mudanças.
A “Senhora Sobrevivência” não crê mais na retórica e teme os atos.
Deixará os anos devorarem o cotidiano, moendo o seu desejo maior e amoldando-se ao como está. Acostumando-se a uma dor que é muda e cruel, se fazendo acreditar que somente o feijão irá completar sua existência. Por entre os dedos a vida passará e a perderemos silenciosamente.
A transformação virá. Talvez, quando chegar, seja tarde para nós. Não aprendeu ou não quer aprender que “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Que pena. O tempo não apagará as marcas apenas ensinará a conviver com elas e a com dor que deixaram.
Resignar será a nossa proposta? Não a minha. A sobrevivência é fundamental, mais não é tudo.

15 de fevereiro de 2009

Celebrar a Vida

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Depois de pensar em valores. Em Ser e Ter. É preciso celebrar a vida! Nada melhor que um pouco de arte que sempre nos diz muito. O espatáculo é de 1999 e como a vida. É mágico.
Apresentado pela MOMIX que é uma companhia de dançarinos-ilusionistas com apresentação de trabalhos de extrema beleza física e inventividade. A MOMIX é celebrada por sua habilidade em criar um mundo surrealístico usando luzes, sombras, humor, música e... o corpo humano.
Preparem-se para se deslumbrar, se maravilhar e até mesmo se emocionar, com esta pequena obra-de-arte.
A música se chama 'Il migliori anni della nostra vita', cantada por Renato Zero.
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14 de fevereiro de 2009

Valores. Estamos perdendo ou mudando?

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A cada entardecer mais me identifico com Manoel de Barros. “No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro”.
Estamos suportando menos posições covardes. Estamos nos indignando com mais freqüência. Com castelos construídos a base da miséria alheia. Não porque como dia, estamos envelhecendo, é mais por que estamos entendendo a importância do vazio diante do cheio. O cheio pronto. Encheu. O vazio é maior é quase infinito. Assim como a nossa vontade de perder os velhos, maltrapilhos e vergonhosos hábitos. Herdados e praticados até entender que estamos cheio. Como diz o poeta: “Apesar de termos feitos tudo que fizemos ainda somos os mesmos, como nossos pais". Aprendendo que "o novo sempre vem". O vazio é o desejo e a esperança de acordar para outros valores. O Ter enche e pronto. Acabou. O Ser é o vazio, muito maior e infinito. Os valores estão caminhando para o Ser. A semente está plantada e germinando. Aguardar a colheita com sorrisos, paixão e amor. Seremos felizes para sempre.

12 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO SOBRE A PERCEPÇÃO DE VALORES

Este texto recebi de um amigo e transcrevo na íntegra.
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Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô: vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do
mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os
melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo e mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. O que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?
Essa experiência mostra como na sociedade em que vivemos os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia, e pelas instituições que detém o poder financeiro. Mostra-nos como estamos condicionados a nos mover quando estamos no meio do rebanho.

11 de fevereiro de 2009

A tecnologia a beira da insanidade

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Quando o nosso pai da aviação fez o mais pesado que o ar levantar vôo, acreditou que a humanidade seria beneficiada em muito com seu invento. Santos Dumont enlouqueceu quando começaram a utilizar o seu invento para fins de destruições humanas. Acabou por suicidar-se no Guarujá. Hoje a aviação é a mais eficiente máquina de guerra dentre todas existentes. Esta máquina no vídeo abaixo, tem a mesma capacidade de destruição. Fruto da engenhosidade da revolução industrial que não para de se renovar. Salve! Nas mãos erradas esta criativa devoradora máquina será capaz de trazer um futuro sombrio para toda humanidade. Quando vejo este dragão, o imagino na Amazônia. Me arrepio só de pensar e lembro-me da frase creditada a ambientalista Marina Silva. “A natureza aceita tudo mais tem alma feminina. Ela se vinga”.

MANDE UM E-MAIL PARA O DIRETOR DESTA EMPRESA EXPRESSANDO A SUA PREOCUPAÇÃO. O E-MAIL DELE É: 'klaus.grenberg@afm-forest.fi'



2 de fevereiro de 2009

Continua a jornada - Eu, a minha moto e o Brasil.

Depois de alongar, beber um bocado de água e esticar as pernas continuaremos nossa viagem. Agora é o trecho mais perigoso da estrada. A pista é esburacada e o tráfego intenso. Paraopeba fica a poucos quilômetros de Sete Lagoas e a estrada corta um trecho da cidade e seguimos em direção a Felixlândia a terra dos buracos na estrada. Nunca vi daquele jeito. A paisagem agora era para ser de cerrado, que não existe mais. As plantações tomam conta. As placas na estrada indicam que Três Marias está chegando e está na hora de mais uma parada. A grande barragem aparece a esquerda, o velho Chico represado faz surgir um belo lago, as chuvas constantes deixam as águas com uma cor barrenta, mesmo assim é um visual. Fui comer um chocolate e beber uma água gelada.
Uma corretora animada vendia chácaras nas redondezas. Por curiosidade perguntei a metragem e o preço. As chácaras são grandes de 3 a 40 hectare e a partir de 27 mil reais dependendo da localização. Quanto mais perto da cidade mais cara. Pedi a água e observa a atendente se divertindo com um senhor que tomava uma pinga além da conta.
Ela ria do desequilibrio do sujeito. Que resolvera ir embora empurrando a bicicleta porque montar e pedalar nem pensar. Foram duas tentativas e quase dois tombos. A moça ria. O sorriso virou preocupação quando viu o bêbado indo para auto-estrada, ligeirinho chamou um colega e pediu que ele fosse buscar o "cachaça" para o dia não terminar em tragédia. Conversei um pouco com ela sobre o que se vivia no meio daquele nada. Ela me disse que além de cachaça e música sertaneja tinha música sertaneja e pinga para diversão daqueles personagens durante o dia e a noite.
Segui minha jornada, pensando como é pobre o meu pais. João Pinheiro estava a pouco mais de 100 quilômetros e minha próxima parada estava programada para Paracatu, terra de Dona Beija, Sem novidades, aí já tinha a ansiedade de chegar, a parada foi curta e quase nenhuma conversa. Neste trecho a capa de chuva rasgou com o vento. A chuva castigava e encharcava a minha roupa. Passei por Cristalina, pensando que na volta pararia para levar peças de cristais para presentear alguns amigos. Luziânia é a última parada. Eu estava 100 quilômetros de Brasília, o sol começa a cair, mais chegaria antes de escurecer. O horário de verão ajuda ao dia ser mais longo. As 19:30 horas entrava em Brasília Terminava aqui a primeira viagem do projeto Eu, minha moto e Brasil.

29 de janeiro de 2009

Eu, minha moto e o Brasil - A primeira partida



Bem, começou a primeira viagem. Eu, a minha moto e o Brasil. A saída é do Rio de Janeiro até Brasília. Indo via Belo Horizonte. Para uma viagem mais tranqüila a “Podrinha” precisaria de alguns detalhes que ainda não foram providenciados. Tipo um sissibar com bagageiro para acomodar melhor a mochila e as bolsas laterais e uma bolha ( parabrisa de moto) para reduzir o impacto do vento. Como eles não chegaram a tempo eu não deixaria de viajar. Apenas a atenção será redobrada. Perdeu-se também as imagens, sem estes acessórios não foi possível levar a máquina fotográfica e a filmadora. Na próxima irá e o registro será profundo.
A viagem está programada para uma parada a cada 2 horas, com descanso de 15 minutos, para alongar e abastecer. São 1.200 quilômetros de uma estrada razoável Até Juiz de Fora, a viagem foi tranqüila com uma estrada bem cuidada e sinalizada. Uma paisagem belíssima de montanha. Mesmo a serração intensa em alguns trechos da serra de Petrópolis, esta não conseguia ofuscar tamanha beleza. Uma parada estratégica em Juiz de Fora para dar um beijo na minha tia querida que foi passar uns dias com a filha, a neta e o bisneto. Foi ótimo, com direito a um jogo de boliche muito divertido e animado. Seguindo a viagem com a segunda parada programada em Barbacena, terra das rosas. A paisagem contemplada com carinho e admiração. A paisagem relaxa o interior e nos ensina a ver valores simples, que estão ao nosso alcance para a vida ser mais vivida e menos disputada. Está tudo ali é só comtemplar. Uma verificação na bagagem e uma conversa com D. Vera, dona de uma loja de material agrícola, onde fui comprar um plástico para reforçar a impermeabilização da mochila. O filho dela olhava admirado para a moto e ela sabiamente, como toda mulher é e mais sabia ainda pelo fato de ser a mãe, observava de longe o olhar do adolescente. Aproximou-se e perguntou:- Estás gostando! Seus olhos estão brilhando. O rapaz responde em uma frase curta:- Ela é muito linda. Eu pergunto ao garoto olhando para a mãe: -Você gosta de moto? Ela se adianta e diz: - É o sonho dele. Um sorriso tímido surge nos lábios do garoto e a mãe diz: - Pois é... Quando o filho sai toda mãe tampa os ouvidos para não ouvir a batida do coração aflito. Imagine de moto. Eu dou uma risada forte, quase uma gargalhada. Retruco o argumento dela defendendo o juízo que o menino tem. Ela concorda, o garoto gosta e terminamos o papo com ela dizendo que vai esperar ele crescer mais para saber se este juízo existe ou é só na frente da mãe. Saio rindo com mais uma lição aprendida. A preocupação é um forte sintoma de amor e a confiança não é imposta mais adquirida e o tempo é quem determina quando ela será absoluta. Eu acho que o garoto vai ter a ajuda da mãe para ter a sua primeira moto, será uma questão de tempo. É muito amor e cumplicidade dos dois. Notava-se no olhar deles.
A viagem segue, a estrada estava razoável, mais para boa do que para ruim. Mais perigosa pelo movimento e pelas curvas. Temia deparar com um buraco grande no meio da curva. Mas não cruzei com nenhum. Peguei a avenida do contorno em Belo Horizonte com trânsito intenso. Estava na hora da terceira parada programada. Resolvi sair do movimento, para fazer a parada. O trecho de Belo Horizonte até Paraopeba é movimentado com muito caminhão e estranhei que não haviam tantos como de costume. Iamginei que em função da crise que fechou a maioria das minas que abastecem as siderúgicas da região este movimento tenha caído. Triste constatação. Parei antes de chegar a Sete Lagoas, abasteci, comi um chocolate, alonguei e segui minha jornada.
Bem, amanhã continuo a viagem para não cansar e o leitor poder alongar também.

17 de janeiro de 2009

Quanto vale um abraço



No começo existe alguma resistência. Existe um olhar preconceituoso. Existe um monte de coisas que os costumes, as culturas, os hábitos a babaquice nos faz esquecer o quanto é simples amar. E por amor vale a pena assistir este vídeo. Mas de 37 milhões de pessoas assistiram. Somos mais de 7 bilhões. Ainda falta muita gente. Mais a gente é paciente.

1 de janeiro de 2009

2009 começa como todos os outros. Com guerra.

NO LINK TEM UM CARTAO DE ANO NOVO PRA VOCÊ: http://www.plcom.com.br/cartaogeral.swf

Começou o ano e como diria o caboclo. Com pau quebrando. Árabes e judeus. É bem verdade que a briga é antiga. A falta de disposição para o diálogo é uma doença. Como o mau humor, esquizofrenia, resfriado e outras. Mas tem cura e o tratamento é simples. Diferenças e interesses distintos têm-se sempre, afinal somos da raça humana e o nosso ego é tão grande quanto o do outro. Outro dia fui questionado por uma colocação minha, onde eu pergunto: Quando nos perdemos? A resposta veio rápida e implacável. Quando começamos a querer a terra do outro. Este foi o começo do discurso. Ouvi todo o argumento atentamente. No final perguntei: Tens certeza que com tanta terra este seria o começo de todo o mau que vivemos até hoje? Como resposta, recebi um silêncio profundo e uma conclusão curta. Não sei. Balancei a cabeça concordando e mudamos de assunto. Estamos mudando de Era. A Era Teológica está se transformando, cedendo aos poucos para receber a Nova Era. A Era Biológica. Onde as preocupações passam a ser a manutenção da espécie humana no planeta. Os estudos apontam para novos rumos a serem tomadose que precisamos agir para que nossos descendentes permaneçam na bela Terra.
Tem uma revista no Brasil chamada Cidadania & Meio Ambiente, que publica matéria de pesquisadores dos quatro cantos do planeta sobre o que se passa na cabeça do mundo a parte dos pesquisadores. Os caras pensam em milhões de anos para frente e os mortais, nós, em como pagar o carnê da Casa Bahia no dia seguinte. É editada pela Câmara de Cultura com acesso no link : http://www.camaradecultura.org Se puder e tiver tempo lêem vai fazer bem para olhar o mundo com outros olhos. Um novo aprendizado.