25 de setembro de 2012

O IMPENSÁVEL


                                                                                                                                             

Diariamente acontece com as pessoas aquilo que nós nunca acreditamos que pode   acontecer com a gente. Seja uma viagem ou mesmo uma tragédia. Mas as coisas acontecem com os outros, com a gente só o cotidiano repetido sem novidades importantes. Pensando assim vive a maioria das pessoas, cuja a preocupação maior é o pagamento das contas do mês, com isso ocupam o seu tempo integral ao trabalho e ao estresse. A vida vai passando e vamos deixando de viver. De fazer o que queremos, desejamos, sonhamos e tudo mais que estamos afim e nos dá prazer. Jorge Luiz Borges um poeta argentino que no final da vida nos mostrou o INSTANTE de reflexão que devemos ter diariamente para viver muito e feliz. Quem vive é feliz.  


Instantes


Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.


Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a serio.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida. 

Claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver trataria de ter só bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuva e um pára-quedas.

Se voltasse a viver viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim de outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres, brincaria mais com as crianças, se eu tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.


A vida é boa quando é vivida. Acredite!

31 de julho de 2012

No paraíso, nadando no descaso e na ignorância


Há muito tento entender o que leva a um ser humano a imaginar que o poder que lhe é concedido está acima da vida e do bem estar de seus semelhantes.
Até hoje estou sem respostas. Assisto diariamente pessoas  agindo  como gente fosse apenas objetos. Acreditam que o dinheiro é a “coisa mágica” que tudo pode. Esquecem que quando suprimem o conhecimento dos seus com intuito de mantê-los sobre o seu domínio e dependência estão apenas despertando o ódio, a indiferença, a banalização do morrer que é o alimento da violência.
Formando uma sociedade com valores equivocados sobre o que é ser feliz. O consumo indiscriminado não é sinônimo de felicidade é de doença.
Outro dia fui a Trindade, um lugar paradisíaco, e constatei alguns detalhes interessantes.
Havia uns 15 anos que não passava por Trindade.  Na época fui de barco, uma vila de pescador, simpática, tradicional e bela. Boas lembranças.
Retornei de carro, vi as casas dos pescadores transformadas em pousadas, a maioria delas muito simples, vi o desenvolvimento econômico dos moradores, achei  maravilhoso, vi também que junto com o progresso da região foi construído  um posto médico, mas que não tem médico. Parece coisa de político querendo voto.  A maior decepção foi saber que não tem escola em Trindade, os filhos de lá não estudam. Quando foi perguntado onde estudavam as crianças, a caiçara respondeu assim: - Em “Sum Paulo”. 
É... Mas duas igrejas evangélicas tem e na rua principal.

Que fazer! O que pensar! O que esperar ! De um povo que pensa apenas no imediatismo de um capitalismo, que mesmo falido, sobrevive na rebarba da ignorância, da falta de conhecimento e exposto a  manipulação dos inescrupulosos da classe dominante. O futuro a de chegar. É preciso agir.

27 de junho de 2012

As Eleições e a Reforma Política



  As eleições que se aproximam afloram os debates sobre as reformas políticas que vem sendo propostas há algum tempo no Congresso. O papo volta à tona.
O modelo político atual não está mais sendo digerido pelo povo de todas as classes.
Os políticos já vêm em descrédito há muitos anos e agora parece que piorou. Antes alguns eram tidos como corruptos e ladrões. Agora é toda a classe. Essa falta de credibilidade popular tão acentuada está levando o Congresso a apressar a reforma política. Nem que seja para mudar para que as coisas permaneçam do jeito que ta.  A divulgação da proposta leva esses seres desacreditados a crer que o povo acha que eles realmente querem isso. A demora e atrasos propositais demonstram o contrário.
O ato cívico de votar está sendo questionado, para não se comprometer, as pessoas estão deixando de ir às urnas e pagando a multa, é mais barato em todos os sentidos, tanto moral quanto financeiro, tem-se a sensação de estar isento de participar dos desmandos políticos, da impunidade dos ladrões, corruptos e corruptores, trás alívio moral, apesar de não resolver.
A classe média, aquela que paga a conta, não quer nem ouvir candidatos a qualquer cargo eletivo tamanho é o descrédito dos rumos políticos e dos próprios personagens que fazem a política nacional.  As classes menos favorecidas, ainda são iludidas por promessas que não serão cumpridas e aceitam com mais condescendência os desmandos desses mal feitores de gravatas e acreditam que terão alguma vantagem, nem que seja durante a campanha.  Até esse padrão e a crença está mudando. Recebem o benefício e não votam, acabam agindo como eles. Mentindo, o pior para si próprio.
Os partidos políticos que lutam para colocar seus pares no escalão que tem  acesso ao dinheiro e no poder de decisão e acaba transformando os partidos em organizações que praticam os mesmos atos de quadrilhas de bandidos que buscam o dinheiro a qualquer custo. Não importa se vão morrer algumas centenas ou milhares por falta de hospitais, de subnutrição, em assaltos ou de balas perdidas ou achadas. O que realmente importa é quanto será faturado, seja no final do mandato ou do assalto, seja esse a um banco, comércio ou cofres públicos.
O julgamento do mensalão teve um lobby forte, inclusive do ex-presidente Lula, para que não fosse julgado antes das eleições municipais.  Pode atrapalhar a colocação dos seus pares em pontos estratégicos dos governos municipais e assim engordar  os cofres dos partidos e de seus pares em futuro próximo.
No link abaixo tem uma prévia de como andam as coisas. A matéria é de fevereiro, mas de lá para cá pouca coisa andou. A única coisa que continua a mesma é a safadeza.

20 de maio de 2012

Crack! Como se livrar dele?

Pedras de crack

O consumo do crack está se expandindo de maneira muito eficiente e avassaladora, sem que se tenha uma ação eficaz e efetiva para conter o avanço devastador dessa droga no seio da sociedade brasileira. 
Ela atinge a todas as camadas sociais, quando não diretamente, indiretamente, desequilibrando a família do usuário, tanto no  aspecto emocional quanto na estrutura financeira familiar. Nos põe em cheque.
Como toda droga causa dependência física e psicológica. O tratamento se torna muito difícil e a legislação atual, que não permite a internação involuntária, complica ainda mais, diminuindo as chances de recuperação do dependente.
Todos os estudos são desanimadores quando se trata do controle do consumo, comercialização, distribuição e principalmente tratamento dos dependentes . A droga é ilegal, portanto não existem dados oficiais para traçar uma estratégia de contenção. Existe alusões e informações perdidas de órgãos repressores e entidades que cuidam de dependentes. Somente com dados reais pode-se agir de maneira eficaz no combate a esse "problemão" que a sociedade está vivendo. É preciso rever a questão da droga. De todas elas, legais ou não.
O dependente fica sem muita alternativa para se livrar da droga. Os órgãos oficiais responsáveis pelas várias fases do "problemão" estão atados ora pela legislação ora pelo caso em si. O crack deixou de ser caso de polícia, hoje é um caso de saúde pública. O que torna a situação ainda mais difícil. Basta observar como se encontra a saúde no país. Independente de ser pública ou privada. É um caos.

Até agora eu particularmente só encontrei uma solução viável para diminuir esse avanço. Primeiro: Perder o preconceito sobre o assunto e conversar com os seus filhos e entes,  de forma aberta e diretamente sobre o assunto: DROGA.(incluir todos os tipos, lícitas ou não). Segundo: Muito amor e diálogo. A eficiência dessas atitudes exige que deve ser feito o quanto antes. A informação é a única arma eficiente para combater o "problemão" e o amor é o que sustenta essa eficiência.

Se formos depender de ações de governo ou que o universo conspire a nosso favor ou ainda do modelo econômico que vivemos, diga-se "capitalismo" onde o lucro está acima da vida. Não teremos sucesso e o "tisuname crack" vai entrar na vida da sua família como outras drogas já entraram e causaram estragos e ainda causam. Quem não tem na família um drogadinho ou um alcoólatra para quebrar a rotina do cotidiano familiar? 
Não esquecer nunca que é preciso quebrar o preconceito do silêncio cínico, aquele que acredita que isso não acontece com a gente, só com os outros. Depois muito diálogo e amor para preparar a vida daqueles que amamos. 

30 de abril de 2012

A corrupção nossa de cada dia


Quando assistimos o noticiário da televisão e dos jornais, nos assustamos. A corrupção mais parece um dragão que cresce dia a dia. Nos leva a crer que é um caminho interminável. Quem trabalha e cumpre suas obrigações como cidadão, se sente um idiota. A facilidade que os corruptos ganham dinheiro é muito fácil. O dinheiro ganho pelo cidadão é muito difícil. Se for empregado, tem a cada fim de mês um caminhão de descontos e boa parte do seu salário fica com o governo que mesmo sem querer patrocina as manobras desses corruptos. Se for patrão, paga uma conta ainda maior, que também alimenta o monstro. Todos não têm um retorno do que pagam. 
Assistimos os partidos políticos agindo como organizações que trabalham para angariar dinheiro sem a necessidade de ser obrigatoriamente lícito. A necessidade da campanha faz com que os partidos aceitem as verbas vindas de extorsões, desvios de verba e outros meios. É só lembrar os depoimentos de Roberto Jefferson no plenário da Câmara para entender como funciona o esquema. Ele tinha quatro milhões que não pertenciam a ninguém. Nem ao partido, nem aos políticos dos partidos. 
Também não sabia a origem. Mas financiariam as campanhas do partido através do caixa dois.  Brincadeira. 
A sociedade brasileira está indignada mas age pouco. A verdade é que vamos amargar mais tempo para combater objetivamente  essa prática malévola. 
Enquanto isso somos convocados a nos filiar a essas organizações para participar de uma eleição que irá colocar um monte de corruptos no poder. Fica o cidadão na dúvida. Vota ou paga a multa? Essa não chega a três reais. Bem, votar deixa uma possibilidade de mudar. Pagar a multa, isenta o cidadão de participar do cinismo político praticado no país. A escolha é nossa. 

28 de março de 2012

Violência Urbana - Pobre de nós.





Assistindo as cenas de uma briga de torcidas em São Paulo, outra de um motociclista e uma motorista em Brasília e mais notícias de violência urbana pelo país a fora. Fiquei chocado.É inaceitável a incapacidade de nossos governantes não tomarem uma providência prática, para frear essa violência sem sentido. Está provado que a educação é o caminho.Eles sabem disso.
Nossos governantes, privatizaram a educação, fazendo com isso que o grupo capaz de obter conhecimento e educação adequada, fique restrito a quem pode pagar ou a heróis que saem dos lixões, da pobreza das ruas e de outros submundos conseguindo com muito esforço e sacrifício algum conhecimento que vai atenuar sua miséria.
Esse mesmo modelo está privatizando a saúde, o transporte e outros sistemas básicos da vida urbana. O resultado será o conflito. Estamos assistindo essas reações cada vez mais freqüentes e mais violentas. Não há exército que consiga conter o instinto de sobrevivência, se os próprios soldados são partes dos excluídos.
Um modelo que vem sendo imposto a um mundo cada vez mais capaz de disseminar informações. Esqueceram os mandatários que as pessoas pensam e reagem da maneira que podem. Quanto menor for o conhecimento, mais violentos serão os embates. A vida urbanizada faz parte do desenvolvimento humano de muitos séculos de convivência e está em busca de uma qualidade de vida melhor para os seres humanos.
O que fazer todos sabem, são frutos de estudos dos próprios governantes, pesquisas de cabeças pensantes e mentes preocupadas com o convívio social e uma vida harmônica entre as pessoas.
Falta vontade política e vergonha na cara desses que se dizem governantes e preocupados com o povo.
A verdade é que as cabeças pensantes precisam agir com firmeza para cobrar atitudes objetivas desses vermes que só enxergam os cifrões como objetivo final de um governo.


7 de março de 2012

Violência nossa grande companheira





Todos os estudos a respeito da violência trás a triste noticia que ela não tem endereço, hora ou motivo definido. Quando Alba Zaluar diz: "ela está em toda parte, ela não tem nem atores sociais permanentes reconhecíveis nem ‘causas’ facilmente delimitáveis e inteligíveis". Ela mostra claramente a complexidade do tema. Os caminhos que buscamos para combater essa nossa companheira, passa pela educação, trabalho, extinção da miséria entre outras causas prováveis que entendemos ser básicas. Mas isso não quer dizer que conseguimos frear o avanço dela através dos tempos. 


Não importa se é grande centro ou interior. O que assistimos é a evolução trágica de uma coisa, se assim que podemos definir, que nos envergonha e nos trás medos. Muito medo. Se pensar na violência em todos os sentidos veremos que não só a violência física é cruel. Há outras formas de violência que assusta.  O poema de Eduardo Alves  "No caminho com Maiakovisk" demonstra a capacidade assustadora da violência em gerar medo e insegurança a qualquer ser humano. O fragmento do poema que retrata o sentimento assustador da violência.


"Na primeira noite eles se aproximam 
roubam uma flor do nosso jardim. 
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão, 
e não dizemos nada.
Até que um dia, 
o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta. 
E já não podemos dizer nada".



O relatório do Instituto Sangari onde é feito o Mapa da Violência no Brasil e tem como autor o sociólogo Julio Waiselfiz nos deixa mais assustados do que tranquilos. O estudos são feitos para nos dar os caminhos que levaram a solução dos problemas, mas quando se trata de violência, todos os estudos levam a caminhos que mas parecem labirintos onde o fim e o começo é uma coisa só e assim não evoluímos. 

No link tenha acesso ao estudo e fique mais atento do que assustado.

1 de março de 2012

Com quantos paus se faz uma canoa?



A expressão é antiga, me lembro que toda vez que fazia alguma coisa errada vinha a frase de maneira objetiva, com uma voz dura e algumas vezes bem zangada: “ Você sabe com quantos paus se faz uma canoa?”. O bicho pegava! Pobre de mim, castigo severo e as vezes umas palmadas. Não morri por isso e nem meus pais deixaram de me amar. Outros tempos, hoje correriam o risco de serem processados.

Hoje precisamos mostrar para muitos e não perguntar: “Com quantos paus se faz uma canoa”.
O noticiário dos jornais e tvs tem nos mostrados quantos precisam aprender.
Chega de reclamar, vamos agir. Precisamos de atitude e não de conversa e reclamação.

As eleições municipais estão chegando e é uma boa hora para “ensinamentos canoísticos”. Assim diria Odorico Paraguaçu. Lendário e divertido personagem vivido por Paulo Gracindo na novela O Bem Amado. Dias Gomes escreveu a peça que estreou em 1962 e nos anos 70 foi um sucesso na TV.
Abaixo um trecho da novela para recordar e para os que não tiveram oportunidade. Assistir e entender que aqui não é Sucupira. Espero que o cemitério proposto pelo candidato sirva para enterrar velhas práticas "corruptivantes e roubísticas".

As eleições estão chegando.

14 de fevereiro de 2012

O burro, o ladrão e o contribuinte.








O cara vem descendo a rua com olhar focado para o nada, pensamentos nos acontecimentos do Big Brother,  acredita como se acredita na verdade absoluta dos imbecis: Que a violência só existe porque pobre é preguiçoso. "Igual a índio". Não trabalha e não estuda porque não quer. Aí vai roubar.
A cultura da página policial e as quatro operações feitas na máquina de calcular o transformam em um matemático e filósofo. A vida dos outros é muito importante, um assunto fundamental para sua existência. Se tiver baixaria é a sensação do dia, da semana ou do ano.  Os dias amanhecem e esse mesmo dia anoitece e assim a  vida vai passando. O infeliz continua ali, na mesma esquina da rua, com cerveja gelada e se dizendo capaz e inteligente, mas com poucas chanches. Esquece o sacrifício da mãe de cria-lo com amor, carinho e paciência. A insistência dela em leva-lo para o colégio sempre gerava um estresse, porque ele não queria ir. O Pobre Diabo quando ia, ia era gazetar. Ele é mais malandro do que aqueles otários que ficam lendo e estudando. Os Zé Manés que só jogam bola de vez em quando. A praia, os bundões só vão no fim de semana e as vezes nem aparecem. Ficaram estudando. São uns nerds. Um bando de otários. O tempo passou e hoje diz na mesma esquina com a mesma cerveja gelada: "Ô cara tem muita grana". "Ganha fácil". "Ah! Se eu tivesse a chance que ele teve. Eu tava bem!" Os nerds e os otários tiveram chances que ele não teve. Olha só! Que pena. Só resta a esse "Ser" morrer pastando.
Mais ele sabe armar, um desvio de material aqui, outro ali, ele vai reforçando o parco salário que ganha.


O mau caráter do chefe, enxerga a sua chance de arrumar um pato, para segurar a "pemba" que ele vem planejando. Mas faltava o sujeito com disposição para empreender a manobra. O cara tem de ter uma capacidade de entender e pensar limitada. Tem de achar que dinheiro é a coisa mais importante da vida.
Assim o orelhudo abre a conta, recebe a propina passa 80% pro chefe. Pega com chefe o material desviado, entrega para o receptador. Recebe 20% e repassa 80% pro chefe. Monta a ONG, o chefe manobra e ele recebe uma verba para treinar 5 mil trabalhadores. Inventa um monte deles, repete nome e não treina nem 20. Passa 80% da grana que sobrou pro chefe. Os 20% restantes... "É grana alta". Já tá de carrão, casão, cartão de crédito, dinheiro na conta. Muita grana. O Burro tá feliz com o Ladrão no comando.
A polícia chega e a casa caí. É pego no flagrante do desvio. Começa a aparecer as outras peripécias do orelhudo. O chefe, pede para não ligar e não falar que ele vai resolver. Manda o advogado e a conta. Já se foi o carrão, o casão e toda grana. Sobrou a humilhação e a vergonha além de uns dias na cadeia e a foto na página policial da mídia nacional. Ficou famoso.

É bom entender que cadeia na Pátria Amada só para ladrão de galinha. Para chefe e pau mandado de chefe, só um sapeca e um novo cargo com menos exposição. O chefe tira uma licença prêmio e vai para Europa, volta nas eleições. Vai ser empresário, diretor, presidente de alguma coisa, vereador, prefeito, deputado, senador, governador, ministro, embaixador não importa o que o desgraçado vai ser. Ele vai..... fu..... o Brasil e o contribuinte que assiste diariamente esse filme reprisado. Não faz nada. No máximo reclama na mesa do bar. O que é melhor ser? Burro, ladrão ou contribuinte?  Merecemos mais do que essas 3 opções.

23 de janeiro de 2012

A jornada continua... Um tur de quase 3.000 km


O dia não estava de sol a pino, tempo nublado. Melhor, o calor não era infernal.



Dia 13 de janeiro começa a viagem com destino a Brasília. A estrada já é uma velha conhecida. A subida da Serra de Petrópolis, com muitas curvas e um trânsito intenso de caminhões.  Até Juiz de Fora a estrada é ótima. Tem um pedágio caro porém compensado pela segurança  que a estrada oferece.  Chegando ao trevo que leva para Ouro Preto uma carreta atravessa  a estrada e interdita a pista. Andei mais de 5 km com trânsito parado. Perguntei a um motorista que estava com cara de impaciente há quanto tempo estava lá. Ele me disse que
tinha mais de 4 horas. Salve a moto, sai pelo  canto da estrada e segui o meu caminho. A noite já vinha caindo, o horário de verão engana.  O dia está claro mais as horas são adiantadas.
Entrando em Belo Horizonte. Dei uma parada e um pequeno passeio  e segui a viagem.  Para não seguir a noite parei em Paraopeba . Cento e poucos quilômetros de BH.  No outro dia peguei a estrada cedo, mas antes tomei um bom e saboroso café da manhã. Todo esse tempo foi sem chuva mas com ameaças.




No fim do dia 14 já chegando a Brasília, estava perto de Valparaíso de Goiás, a chuva começou a castigar. Lembrei da bronca que dei na minha filha por ela ter jogado fora a minha roupa impermeável por estar descosturada.  Mas é filho. Fazer o quê? Já tinha jogado fora mesmo. Lembrei de Vinicius: “Filhos...  Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-lo?”  
Sorri e confesso que adoro tê-los.
Foi uma semana em Brasília onde coloquei a vida candanga quase toda em ordem. Revi todos que amo, ri muito, visitei quem  há muito não via. Só noticia boa. Uma estada maravilhosa. Mas o meu tempo já tinha dado e precisava voltar para dura realidade carioca.
Andrea foi para Sâo Paulo levar a filha no  Hopi Hari. Estava com uma saudade danada da moça. Resolvi voltar para o Rio via São Paulo. Matar a saudade que me apertava o coração. O plano  da viagem era pegar em Cristalina o caminho de Uberlândia e de lá a Via Anhanguera  em São Paulo, passando por Ribeirâo Preto e lá na frente pegava a Bandeirantes até São Paulo. Ficaríamos no centro no Hotel Mercury na Rua Padre João Manoel, perto da Avenida Paulista. 
Pé na estrada. Sai de Brasília no dia 20 de janeiro  bem cedinho pra chegar  com dia claro em São Paulo. Como em toda viagem de moto, as paradas são freqüentes, entre cento e cinqüenta  e duzentos quilômetros.  Você para, relaxa e estica. Daí toca o pé na estrada de novo. Dei uma parada em Cristalina para comprar uma lembrança para Andrea. Achei uma ametista linda. Depois parei novamente em Catalão. A cidade cresceu muito desde a última vez que estive lá. Perguntei como andava Três Ranchos. Disseram-me  que o nível da água da barragem ainda não está no ponto ideal.


Três Ranchos é uma cidade que fica a margem de um grande lago formado

pela barragem que represa o rio Paranaíba, o lago formado recebeu o

nome de Lago Azul.  Muito lindo o local e o lago é enorme. 
O turismo náutico é intenso na região.

Seguimos a viagem. Eu e a minha moto. Deixamos Goiás para trás e  entramos em Minas. Passamos por Araguari, Uberlândia e Uberaba. Depois de  “ Beraba”, mais trinta e poucos quilômetros  a frente pegamos a Via Anhanguera. Salve! São Paulo! Onde tudo funciona. São 11 pedágios até a capital. Só que motocicleta não paga pedágio. A estrada é ótima, bem sinalizada, o asfalto liso. Tudo de bom.  A viagem estava tranqüila sem surpresas.  Oitenta quilômetros  antes de Ribeirão Preto sinto um balançado diferente, que vai ficando  mais intenso. Estou me equilibrando em cima da moto. Evito o freio. Desacelero e mantenho a embreagem acionada e venho dando leves toques no freio dianteiro até a moto parar. O pneu traseiro da moto está furado. No meio da estrada, sem nenhum posto de gasolina ou cidade próxima. Tiro a moto  do meio da estrada a duras penas. Começa a sorte virar para o meu lado. Diante das circunstâncias, achar uma equipe de manutenção da estrada naquele local é um achado, uma sorte. O rapaz me passa o 0800 da empresa responsável pela administração da estrada. Em pouco tempo me aparece um guincho e propõe a levar-me até um posto de gasolina a quarenta quilômetros dali. Por mim tudo bem. Aquela  altura dos acontecimentos, diria Big Jonh, tudo era festa. Fui conversando, eu e o motorista do guincho. Ele me diz ser aficionado por moto, mas o seu estilo são as esportivas. O negócio dele é velocidade. Pelas histórias que me contou achei que o garoto é um forte candidato a defunto. Falei isso para ele. Não sei se falou para me impressionar ou se era isso mesmo que ele pensava. Se for o que pensava. Coitado da família dele. Vai perdê-lo rapidamente.
Antes de chegar ao posto achamos uma borracharia, pedi para parar e fui ver se tinha borracheiro. Fui recepcionado por um simpático vira-lata latindo forte e intensamente. Atrás dele vinha um sonolento borracheiro. Depois entendi a preguiça do rapaz. Estava esperando o cunhado que saiu às onze horas da manhã para buscar o almoço e já eram mais de uma hora e o cara não tinha voltado. O borracheiro que tinha um forte sotaque mineiro e reclamava muito do cunhado.
Um pneu traseiro de uma Shadow  é trabalhoso para tirar. Ainda mais para um cara que nunca tinha feito esse serviço antes. Depois de 4 horas ele aprendeu a tirar o pneu e a colocar no lugar. Com a minha
ajuda.  O rapaz era teimoso. Segui minha viagem. Lembrando das reclamações do “mineirinho”. Coitado do cunhado, corria o risco de tomar umas “pebas” quando voltasse. Sem o almoço dele era perigoso o cunhado até morrer. bem, até a hora de eu ir embora o cunhado não tinha chegado. O “mineirinho”  tava “ brabo”.
Faltando  uns quinze quilômetros para pegar a Bandeirantes a chuva caiu e caiu com vontade. Novamente lembrei da minha filha. Cheguei a pensar em dar uns puxões de orelhas nela. Mas passou rápido à vontade.
Quando a vi no Rio dei foi um monte de beijos e abraços.  Cheguei  no hotel em São Paulo e já eram quase dez horas da noite. Andrea estava nervosa porque eu não atendia ao telefone. Tomei uma bronca, mas ganhei mais beijos e carinhos do que bronca. Nada com um bom banho quente, um jantar italiano na Cantina do Piero e uma cama confortável para repor as energias depois de mil e duzentos quilômetros de estrada.
No dia seguinte saímos para tomar um café da manhã especial que tem ali na Hadock Lobo, a padaria é um luxo tem todos os quitutes que você imagina, sonha e deseja. A fila era muito grande e optamos por outro menos glamoroso mas com tantos quitutes. Este na Avenida Paulista.


No caminho nos deparamos com uma passeata em Defesa dos Animais. Fiz uns cálculos. Tinha uns três quilômetros de gente enfileirada a rua tem aproximadamente nove metros. Isso daria vinte e sete mil metros
quadrados.  Se levar em conta, um pelo outro uma pessoa ocupando um metro quadrado. Tinham vinte e sete mil pessoas clamando pelos animais. Justo. Muito justo. Mais justo seria se estivessem clamando contra a corrupção que assola o país, pela mudança do modelo de eleição que estimula a roubalheira. O voto distrital é a melhor maneira e a mais democrática para controlar as ações dos nossos políticos. Os parlamentares são contra. Sem a bagunça e falta de controle é mais fácil desviar recursos e mesmo sendo pegos. Só dá mídia. Cadeia mesmo só para ladrão de galinhas. Mas enquanto essa disposição não vem, vamos às ruas pelos animais.

Domingo mesmo, antes do almoço sigo meu caminho para o Rio de Janeiro. Estou a quatrocentos e cinqüenta quilômetros do Rio.
 Monto a bagagem no bagageiro da moto, com poucos quilômetros sinto a moto muito inclinada para trás.  Fico pensando que talvez tenha colocado muita carga no bagageiro, a vinda de Brasília tinha menos tralhas,  isso está levantando a roda dianteira. Isso é perigoso, tira o equilíbrio e a capacidade de frenagem. O freio dianteiro é o que faz a moto parar. Se o pneu não estiver aderindo direito pode travar a roda e a moto não vai parar como deve. Resolvi mudar a arrumação, tirei o “case” que estava no bagageiro e coloquei no banco traseiro e as mochilas que eram leves foram para o bagageiro. Pronto. Era outra moto. Sentia agora  ela no chão.  Segui viagem, lá pelas duas da tarde parei num Frango Assado para um almoço leve, a base de saladas. Os pedágios na Dutra motocicleta paga. Começam por R$ 1,10 e chegam a R$ 4,90. Chegando ao Rio vi duas meninas num Gol. Pela cara delas pareciam nervosas. Parei para saber se estavam precisando de alguma coisa. Estavam. O carro tinha fervido. Levei o carro até uma Polícia Rodoviária Federal para que ficassem em segurança e ali elas acionaram o seguro. O defeito era simples, mas podia complicar. Principalmente nas mãos inexperientes de duas meninas que não tinham muito talento para mecânica.
E assim cheguei ao Rio no fim da tarde de domingo. Com dia claro e uma saudade carioca de ver o Cristo, o Pão de Açúcar e o mar. Salve o Rio de Janeiro! Até a próxima viagem.




Mal cheguei recebi um telefonema da Bahia, estão me chamando para um trabalho em Salvador. 
Vai que dá certo. Olha a gente aí na estrada indo para Salvador. Com fé e acarajé vamos para Bahia.