23 de fevereiro de 2009

A sobrevivência é fundamental, mais não é tudo.

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Num dia qualquer muito antes de Sócrates, um homem dava o tom do que seria o meu, o seu e o nosso mundo nos tempos atuais. “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Heráclito disse isso sem imaginar as transformações que seriam vividas com o passar dos tempos.
As harmônicas convivências tribais deram lugar à gananciosa disputa de poder entre as tribos que evoluíram para conquistas territoriais, escravizações, dominações, extermínios, inclusive culturais, sociais, inquisição, guerras seculares entre outras tragédias e por trás de todas, o desejo do poder ou o amor a uma mulher, mas sempre em nome da sobrevivência. Regada a sangue e excesso de testosterona o mundo virou o que virou e nós fomos juntos. Reinados, impérios, repúblicas, modelos econômicos, modelos sociais, civilizações viram-se globalizadas num catastrófico modelo que desabou e levou com ele o mundo e nós. As mudanças propostas caminham para que tudo permaneça como está.
A democratização do capital, a repartição do poder e a socialização das nações com respeito as suas individualidades não serão tocadas. Não haverá mudanças práticas, apenas retóricas. Eu quero assumir a responsabilidade de lutar por mudanças.
A “Senhora Sobrevivência” não crê mais na retórica e teme os atos.
Deixará os anos devorarem o cotidiano, moendo o seu desejo maior e amoldando-se ao como está. Acostumando-se a uma dor que é muda e cruel, se fazendo acreditar que somente o feijão irá completar sua existência. Por entre os dedos a vida passará e a perderemos silenciosamente.
A transformação virá. Talvez, quando chegar, seja tarde para nós. Não aprendeu ou não quer aprender que “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Que pena. O tempo não apagará as marcas apenas ensinará a conviver com elas e a com dor que deixaram.
Resignar será a nossa proposta? Não a minha. A sobrevivência é fundamental, mais não é tudo.

15 de fevereiro de 2009

Celebrar a Vida

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Depois de pensar em valores. Em Ser e Ter. É preciso celebrar a vida! Nada melhor que um pouco de arte que sempre nos diz muito. O espatáculo é de 1999 e como a vida. É mágico.
Apresentado pela MOMIX que é uma companhia de dançarinos-ilusionistas com apresentação de trabalhos de extrema beleza física e inventividade. A MOMIX é celebrada por sua habilidade em criar um mundo surrealístico usando luzes, sombras, humor, música e... o corpo humano.
Preparem-se para se deslumbrar, se maravilhar e até mesmo se emocionar, com esta pequena obra-de-arte.
A música se chama 'Il migliori anni della nostra vita', cantada por Renato Zero.
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14 de fevereiro de 2009

Valores. Estamos perdendo ou mudando?

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A cada entardecer mais me identifico com Manoel de Barros. “No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro”.
Estamos suportando menos posições covardes. Estamos nos indignando com mais freqüência. Com castelos construídos a base da miséria alheia. Não porque como dia, estamos envelhecendo, é mais por que estamos entendendo a importância do vazio diante do cheio. O cheio pronto. Encheu. O vazio é maior é quase infinito. Assim como a nossa vontade de perder os velhos, maltrapilhos e vergonhosos hábitos. Herdados e praticados até entender que estamos cheio. Como diz o poeta: “Apesar de termos feitos tudo que fizemos ainda somos os mesmos, como nossos pais". Aprendendo que "o novo sempre vem". O vazio é o desejo e a esperança de acordar para outros valores. O Ter enche e pronto. Acabou. O Ser é o vazio, muito maior e infinito. Os valores estão caminhando para o Ser. A semente está plantada e germinando. Aguardar a colheita com sorrisos, paixão e amor. Seremos felizes para sempre.

12 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO SOBRE A PERCEPÇÃO DE VALORES

Este texto recebi de um amigo e transcrevo na íntegra.
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Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô: vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do
mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os
melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo e mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. O que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?
Essa experiência mostra como na sociedade em que vivemos os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia, e pelas instituições que detém o poder financeiro. Mostra-nos como estamos condicionados a nos mover quando estamos no meio do rebanho.

11 de fevereiro de 2009

A tecnologia a beira da insanidade

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Quando o nosso pai da aviação fez o mais pesado que o ar levantar vôo, acreditou que a humanidade seria beneficiada em muito com seu invento. Santos Dumont enlouqueceu quando começaram a utilizar o seu invento para fins de destruições humanas. Acabou por suicidar-se no Guarujá. Hoje a aviação é a mais eficiente máquina de guerra dentre todas existentes. Esta máquina no vídeo abaixo, tem a mesma capacidade de destruição. Fruto da engenhosidade da revolução industrial que não para de se renovar. Salve! Nas mãos erradas esta criativa devoradora máquina será capaz de trazer um futuro sombrio para toda humanidade. Quando vejo este dragão, o imagino na Amazônia. Me arrepio só de pensar e lembro-me da frase creditada a ambientalista Marina Silva. “A natureza aceita tudo mais tem alma feminina. Ela se vinga”.

MANDE UM E-MAIL PARA O DIRETOR DESTA EMPRESA EXPRESSANDO A SUA PREOCUPAÇÃO. O E-MAIL DELE É: 'klaus.grenberg@afm-forest.fi'



2 de fevereiro de 2009

Continua a jornada - Eu, a minha moto e o Brasil.

Depois de alongar, beber um bocado de água e esticar as pernas continuaremos nossa viagem. Agora é o trecho mais perigoso da estrada. A pista é esburacada e o tráfego intenso. Paraopeba fica a poucos quilômetros de Sete Lagoas e a estrada corta um trecho da cidade e seguimos em direção a Felixlândia a terra dos buracos na estrada. Nunca vi daquele jeito. A paisagem agora era para ser de cerrado, que não existe mais. As plantações tomam conta. As placas na estrada indicam que Três Marias está chegando e está na hora de mais uma parada. A grande barragem aparece a esquerda, o velho Chico represado faz surgir um belo lago, as chuvas constantes deixam as águas com uma cor barrenta, mesmo assim é um visual. Fui comer um chocolate e beber uma água gelada.
Uma corretora animada vendia chácaras nas redondezas. Por curiosidade perguntei a metragem e o preço. As chácaras são grandes de 3 a 40 hectare e a partir de 27 mil reais dependendo da localização. Quanto mais perto da cidade mais cara. Pedi a água e observa a atendente se divertindo com um senhor que tomava uma pinga além da conta.
Ela ria do desequilibrio do sujeito. Que resolvera ir embora empurrando a bicicleta porque montar e pedalar nem pensar. Foram duas tentativas e quase dois tombos. A moça ria. O sorriso virou preocupação quando viu o bêbado indo para auto-estrada, ligeirinho chamou um colega e pediu que ele fosse buscar o "cachaça" para o dia não terminar em tragédia. Conversei um pouco com ela sobre o que se vivia no meio daquele nada. Ela me disse que além de cachaça e música sertaneja tinha música sertaneja e pinga para diversão daqueles personagens durante o dia e a noite.
Segui minha jornada, pensando como é pobre o meu pais. João Pinheiro estava a pouco mais de 100 quilômetros e minha próxima parada estava programada para Paracatu, terra de Dona Beija, Sem novidades, aí já tinha a ansiedade de chegar, a parada foi curta e quase nenhuma conversa. Neste trecho a capa de chuva rasgou com o vento. A chuva castigava e encharcava a minha roupa. Passei por Cristalina, pensando que na volta pararia para levar peças de cristais para presentear alguns amigos. Luziânia é a última parada. Eu estava 100 quilômetros de Brasília, o sol começa a cair, mais chegaria antes de escurecer. O horário de verão ajuda ao dia ser mais longo. As 19:30 horas entrava em Brasília Terminava aqui a primeira viagem do projeto Eu, minha moto e Brasil.